quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Há um lugar.

Há um lugar
onde todos os gatos são pardos,

todos os beijos amargos

e um bolero tristemente arrastado

a emoldurar o cenário.



Por lá servem da mais pura aguardente

e todos os colos são quentes.

Sangue, suor e saliva

a compor pesadamente o ambiente.



Há um lugar

onde portas e janelas vivem trancadas,

e, ainda assim, as pessoas não percebem

que o ar saturado vicia

e nem o tamanho do estrago.



Por lá todo veneno goteja,

e as células do meu corpo contaminadas,

e a morte, a arrumar minhas malas,

diz: hora de partir!



Há um lugar

onde minhas feridas serão tratadas,

minha inquietude apaziguada,

e nada será como era antes,

pois se eu não me engano:

sêmen e semente trarão redenção ao pecado

e o ventre de uma mulher amada

há de me acolher.

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