terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Saboreio de teu mel, essê...ncia,
pele vestal sempre revirgem.
... E me atordoa em tom de canto,
e me alevanta na tua urgência.

Fora de ti - entrando mim - teu sal
sabor de ti ecoa, me cobre - manto -
me faz origem do teu encanto
que me descobre tão animal!

Volto ao deslizar, ao doce toque,
sensações novas nos teus seios,
prazer sensorial - e quanto - que
amo rever tua pele em arrepios,

o desfazer de teus cabelos
até que te desfaças lago
e percas direção ou senso;
sem norte, noção, horizonte...

Por linhas e marcas, linhas
intocadas de sol, te estonteio:
levo-te leve ao desalinho
de montes a monte; saboreio.

Ardentes ritmos! E já te deixo
como em ouvir línguas estranhas
em sons de rio rolando seixos,
já no ouvir, já nas entranhas...

até que eu te sinta tonta, revolta,
perdida em tuas águas e me busques
- afogo - para além dos meus afagos.
Esqueço que enrijeço de teus truques...

Como te quero fogo, querida, querente
Como... querendo loucura agora
- Mas... que me procure fremente
pois não é minha, mas tua a hora.

Como me perco em teus bosques,
como te perco em meus toques
- e imploro que implores!
Em danças de notas - musicais -

qual pauta da melodia
enquanto o dia raiando
risca de giz a fímbria
da aurora, como ao teclado

- piano, piano - urgente enleio
voam poesia dos teus quadris.
Ardis que enlaçam, esses meneios:
- suave requebro alçando vôo!

Na pressa de teus arfares,
no arfar de choque - recontro -
nos haustos febris dos desejares
és arco! Lança-te a meu encontro...

Sem comentários:

Enviar um comentário